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sexta-feira, 29 de julho de 2011

Diabo do corpo

Estar com o diabo no corpo, expressão popular inspirando música. E em dose dupla.

Diabo No Corpo - Pedro Abrunhosa

Corpo!
Como um mapa sagrado
Em ti desenho o pecado
Escrevo no mundo
No meu corpo...
Com um toque divino
Faço da pele o destino
Sente nas mãos
Este meu corpo
Uma estátua ardente
E a cada toque teu...
Até a passarela devagar
Se vai abrir por ti
E toda a música que ouvires
Irá ser por existires
Sempre que digo:
Uuuuuuuh!
Tenho o Diabo no Corpo
Uuuuuuuh!
Tenho o Diabo no Corpo
Oh! Oh! Oh!
Leva meu corpo
Por um momento eterno
Fazes-me a vida um inferno
Escondo um louco
No meu corpo
Um infinito prazer
Por isso:
"Qu'est-ce qu'on va faire?".
Só tenho tempo
Pr'o o meu corpo
Como uma sombra inquieta
E nessa voz discreta...
Até a passarela devagar
Se vai abrir por ti
E toda a música que ouvires
Irá ser por existir
Sempre que digo:
Uuuuuuh! ah! ah!
Tenho o Diabo no Corpo
Uuuuuuh!
Tenho o Diabo no Corpo...
Uuuuuuh!
Tenho o Diabo no Corpo
Uuuuuuh!
Tenho o Diabo no Corpo



Tô com o Diabo no Corpo  - Paulinho Tapajos

Tô queimando de amor
Deixa queimar
Seja lá como for
Quero é calor
Acabei de beber todo o sol com pimenta
E depois de agüentar a tormenta
Ninguém vai me agüentar
Tô queimando de amor
Deixa queimar
Deixa assim como está
Deixa esquentar
A noite inteira eu sou coração de fogueira
Um vulcão e um montão de besteira
À se espalhar
Eu sou palhaço poeta devasso
Um pedaço do bem e do mal
Louco por pouco ou por tanto
Um encanto que não tem final
Um pecado guardado
Aguardando querendo pecar
Sou brasa acesa eu sou sobremesa
Princesa do reino irreal
Tenho a mania e a maneira
De ser feiticeira fatal
Sou um doce salgado
Um sonho safado
Febre de alucinar.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Literatura da Morte

Textos que eu gostaria de haver escrito.

Noite - Menotti Del Picchia

As casas fecham as pálpebras das janelas e dormem.
Todos os rumores são postos em surdina,
todas as luzes se apagam.
Há um grande aparato de câmara funerária
na paisagem do mundo.
Os homens ficam rígidos,
tomam a posição horizontal
e ensaiam o próprio cadáver.
Cada leito é a maquete de um túmulo.
Cada sono em ensaio de morte.
No cemitério da treva
tudo morre provisoriamente.





- Paulo Leminski:

    Aqui jaz um grande poeta. Nada deixou escrito. Este silêncio, acredito, são suas obras completas.

sábado, 16 de julho de 2011

Não é céu - Vitor Ramil

Não é céu

Não é céu sobre nós
Dele essa noite não veio
E muito menos vai o dia chegar
Se chegar, não é sol
Quem sabe a luz de um cigarro
Que desaba do vigésimo andar
É fogo, mora
Deixa essa brasa descer lá fora
Deixa o mundo todo queimar
É cedo, cedo
Fica comigo, me abraça
Que calor melhor a rua não dá
Não é céu sobre nós
Se fosse o céu que se conta
Não seria a ponta acesa a brilhar
Se brilhou, não é sol
Se fosse o sol desabando
Nem meu quarto ia poder te salvar
É fogo, mora
Gente na brasa a gritar lá fora
Só nos falta Nero cantar
É cedo, cedo
Fica comigo, me abraça
Que calor melhor a rua não dá
Não é céu sobre nós
Não vimos noite passando
E essa luz não fez o galo cantar
Se cantou, não é sol
Dia nascendo normal
A gente acorda e não costuma gritar
É fogo, mora
Deixa essa brasa sumir lá fora
Deixa o galo nos acordar
É cedo, cedo
Fica comigo, me abraça
Que calor melhor a rua não dá

quarta-feira, 13 de julho de 2011

O clone - Lula Côrtes

     O que circulava nas veias de Lula Côrtes? A letra "O clone" responde. Conheci esse cara num programa de TV, ambos já meio passados na idade e, por estranhezas que não explico, desconhecia seu trabalho. Fui atrás e descobri várias letras interessantes.

O clone - Lula Côrtes


Fica difícil
Porque isso pra mim não é só um ofício
Eu podia ser político e fazer comício
Mas prefiro dar uma bola e vir cantar

Eu falo tudo
Dou minha opinião sobre esse mundo
Às vezes de tão triste eu vou mais fundo
Exponho a minha alma na bandeja

E você veja,
Não se trata de plágio ou coisa parecida
É só minha emoção, isso é somente a vida
É rock'n'roll na veia e nada mais, 
nada mais, nada mais, nada mais

Eu busco paz
No tempo em que seu rosto se esconde
Um monstro atrás da capa como um conde
Sugando o que nos resta de alegria

Digo bom dia
Às transeuntes desta rua fria
Saindo de um pub com as mãos vazias
E a alma transparente e bem lavada

Isso é um clone
A força que ele emana é que nos une
São três ou quatro acordes que se fundem
E rock'n'roll na veia e nada mais
nada mais, nada mais, nada mais

Fica difícil
Porque isso pra mim não é só um ofício
Eu podia ser político e fazer comício
Mas prefiro dar uma bola e vir cantar

Eu falo tudo
Dou minha opinião sobre esse mundo
Às vezes de tão triste eu vou mais fundo
Exponho a minha alma na bandeja

Mas você veja,
Não se trata de plágio ou coisa parecida
É só minha emoção, isso é somente a vida
É rock'n'roll na veia e nada mais, 
nada mais, nada mais, nada mais

Digo bom dia
Às transeuntes desta rua fria
Saindo de um pub com as mãos vazias
E a alma transparente e bem lavada
bem lavada, bem lavada, bem lavada

Isso é um clone
A força que ele emana é que nos une
São três ou quatro acordes que se fundem
E rock'n'roll na veia, rock'n'roll na veia
rock'n'roll na veia...